quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Metonímia: quando uma MARCA vira um SUBSTANTIVO

Uma marca genérica é uma marca que se torna sinônimo de uma classe genérica de produtos ou serviços independente do fabricante. Isso ocorre com empresas pioneiras ou que tiveram grande repercussão no lançamento de um determinado produto ou serviço. Assim, por ser parte da natureza humana querer siplificar as coisas, os consumidores passam a utilizar aquela marca top-of-mind para se referir a todos os produtos similares de uma mesma categoria. Quando isso acontece, essas marcas se tornam substantivos. Usar uma marca genérica para generalizar aquilo que a marca representa é uma forma de metonímia.


Metonímias são usadas frequentemente tanto na literatura quanto no dia-a-dia. Por definição, metonímia (do grego, 'uma mudança de nome') consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido e está relacionada com uma relação de continguidade/proximidade entre duas ideias ou conceitos. Na metonímia, a palavra assume outro sentido que não o literal ou denotativo, por meio de uma associação de sentidos tem como base a contiguidade (e não a similaridade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos.

Muitos itens de uso diário, como  'zíper' (originalmente uma marca da B.F. Goodrich) e 'jet sky' (originalmente uma marca da Kawasaki Heavy Industries), já foram marcas. "Gilete", por exemplo, nome usado para definir qualquer tipo de lâmina de barbear, é o nome de uma marca criada pela Gillette Safety Razor Company (e que, atualmente, pertence à Procter&Gamble) em 1903. Até 'heroína' já foi o nome de uma marca (originalmente uma marca da Bayer AG).

Aqui estão alguns exemplos de marcas que são usadas como termos genéricos diariamente:

  • Cotonete é o nome comercial de um produto da empresa Johnson & Johnson, uma haste flexível de plástico com algodão em suas pontas.
  • Chiclete é uma marca de goma de mascar da Cadbury Adams.
  • O nome de Durex teve origem no produto fabricado pela empresa de mesmo nome no Brasil a partir de 1946. Hoje a marca pertence à 3M.
  • George de Mastreal inventou o Velcro (e a empresa de mesmo nome que detem a marca) em 1948, quando notou carrapichos grudados ao pelo de seu cachorro.
  • Ioiô é o nome de uma marca da Duncan Yo-Yo Company.
  • A palavra Ping-Pong foi registrada em 1901 como uma marca de produtos para tênis de mesa por ser o som que a bola faz quando bate na mesa.
  • Aspirina é uma marca da Bayer AG.
  • Tupperware é uma marca cujo nome deriva do sobrenome de seu criador, Earle Silas Tupper.
  • O nivelador de gelo Zamboni tem esse nome em homenagem a seu invento, Frank Zamboni.
  • Mesmo que várias marcas produzam corretivo líquido, todos são chamados de Liquid Paper, marca que pertence à Paper Mate.
  • Por ter sido o primeiro a ser produzido no Brasil em 1933, Modess, da Johnson & Johnson, já foi sinônimo de absorvente higiênico descartável.
  • Querosene foi originalmente uma marca registrada por Abraham Gesner.
  • Apesar do termo Band-Aid ser usado para qualquer tipo de curativo adesivo, o nome pertence à Johnson & Johnson. 
  • A Jacuzzi não é só uma marca de hidromassagens e banheiras, eles também fabricam colchões e vasos sanitários.
  • Mesmo sendo sinônimo de cereal de flocos de milho, a marca Sucrilhos pertence à Kellog's.
  • O website da Microsoft sugere que, a mnos que você esteja usando o software deles, seu PowerPoint é um “ programa de apresentação de gráficos"
  • A empresa WHAM-O é a dona do nome Frisbee
  • Gelo Seco foi uma marca registrada pela primeira empresa que comercializava dióxido de carbono.
  • Linóleo, apesar tenha sido registrado pelo seu inventor e detentor da patente, Frederick Walton, é o primeiro caso de produto que foi judicialmente definido como genérico nunca tendo sido usado como marca registrada.

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